Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não
consegue.
Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento
reapresenta um capítulo.
Angústia é um nó apertado bem no meio do
sossego.
Preocupação é uma cola que não deixa o que ainda não aconteceu sair
de seu pensamento.
Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer, mas
acha que devia querer outra coisa.
Certeza é quando a idéia cansa de procurar
e pára.
Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta
rápido.
Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que pode
ser que não exista.
Vergonha é um pano preto que você quer para se cobrir
naquela hora.
Ansiedade é quando sempre faltam muitos minutos para o que quer
que seja.
Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do
sentimento.
Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar um
recado.
Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os
dentes.
Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração.
Felicidade é um
agora que não tem pressa nenhuma.
Amizade é quando você não faz questão de
você e se empresta aos outros.
Culpa é quando você cisma que podia ter feito
diferente, mas geralmente não podia.
Lucidez é um acesso de loucura ao
contrário.
Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e
assume o mandato.
Vontade é um desejo que cisma que você é a casa
dele.
Paixão é quando, apesar da palavra “perigo”, o desejo chega e
entra.
Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado.
Não...
Amor é um exagero... também não. Um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um
destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego?
Talvez porque não tenha sentido, talvez porque não tenha explicação.
Esse
negócio de amor, não sei explicar...
(( Mario Prata ))
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