Os bons guerreiros de
antigamente primeiro se colocaram fora da possibilidade de derrota e depois
esperaram a oportunidade de derrotar o inimigo. A garantia de você não ser
derrotado está em suas mãos, já a oportunidade de derrotar o inimigo é
fornecida por ele mesmo. Vem daí o ditado: pode-se saber como conquistar sem
ter a capacidade de fazê-lo. A garantia contra a derrota implica táticas
defensivas; a capacidade de derrotar o inimigo significa tomar a ofensiva.
Manter-se na defensiva indica força insuficiente; atacar, uma superabundância
de força.
O general hábil na defesa
esconde-se nos recessos mais secretos da terra; o hábil em atacar o faz como um
relâmpago, das maiores alturas do céu. De um lado temos a capacidade de nos
proteger; do outro, de obter uma vitória completa. Ver a vitória apenas quando
ela está ao alcance da vista da ralé não é o máximo da superioridade. O
verdadeiro mérito é planejar secretamente, deslocar-se como réptil, frustrar as
intenções do inimigo e impedir seus planos. Afinal, erguer um fio de cabelo
grisalho não é sinal de grande força; ver o sol e a lua não é sinal de olhar
acurado; ouvir o ruído do trovão não é sinal de ouvido apurado. O guerreiro
vence os combates não cometendo erros. Não cometer erros é o que dá a certeza
da vitória, pois significa conquistar um inimigo já derrotado.
trecho de
"A Arte da Guerra", de Sun Tzu
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