12 de jun. de 2015

Não quero chegar aos 101 anos de idade

Esta história de fazer aniversário mexe, realmente, com a gente.
O meu é amanhã… e não me venha dizer que não…
Por favor, não me venha falar que o que vale é a experiência adquirida, quando meu espelho fala diferente…
Não fale, principalmente, se do outro lado, quem te escuta é uma mulher…
Estava pensando na Dercy Gonçalves, morreu aos 101 anos… pensei que aquela mulher fosse durar para sempre… No outro dia vi uma entrevista onde ela levantava a perna ao ar, mostrando ao repórter o grau de sua elasticidade e ainda a existente disposição.
Aí fico pensando como é difícil, para mim, de manhã levantar da cama, colocar as pernas fora delas e sair caminhando rumo ao banheiro sem esbarrar em nada e com apenas um olho aberto porque o outro ainda está dormindo.
Fico pensando que alguns anos atrás eu dava aula para sete ou oito turmas até umas 9 ou 10 horas da noite, chegava em casa com muita disposição, fazia meu jantar e ainda entrava na internet para ler meus e-mails. Hoje em dia ter duas ou três turmas de cada vez e dar aulas até as 22 horas me deixa exaurida, mesmo lembrando que estas são minhas últimas turmas e depois a tão sonhada aposentadoria!
Dolores Gonçalves Costa, Dercy Gonçalves foi guerreira, irreverente, não parou. Inovadora num tempo onde tudo para nós, mulheres, era proibido, imoral ou engordava… Nascida em 1907, com seu espírito brincalhão, esperou completar os 101 anos, no mês passado, para então partir. Esperou o dia de Santa Madalena para então ser enterrada de mãos dadas com a padroeira. Estava lendo a notícia da Folha que abre seu artigo dizendo: “Paetês dourados, maquiagem e peruca impecáveis. Foi assim que o corpo da comediante Dercy Gonçalves foi velado…”
Só uma outra mulher para entender o que esta frase significa. Principalmente se tiver meio século como eu.
Um grande abraço e fiquem bem.
Prof. Rita Alonso 

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