Há dias em que a chuva cai, noutros o sol não sai, há noites em que as estrelas não vêm velar nosso sono, nem a lua iluminar nossa noite escura, há tempos em que nada plantamos e ainda roubamos a flor que alguém cultivou com afeto, há horas que não passam e horas que voam por entre pensamentos fúteis, há o momento que somos assaltados pelo passado e momentos que queremos apagar, há o desejo de deitar e abraçar o sono mais profundo e longo, mas entre tantos desvarios existe a necessidade de reconhecer a vida como a mais bendita e iluminada experiência. Somos o que fazemos, o que plantamos, o que doamos, o que dividimos, e se nada disso ocorreu não há o que lamentar, pois perdemos tempo na inutilidade de uma existência oca e sem sentido e agora, quando o dia de luz se instala em frente ao nosso portão, não cabe mais nada que não seja arrepender-se e penitenciar-se pelo não feito, pelo semente não lançada no chão do amor, pela lágrima não derramada diante de uma dor alheia, pela chuva não agradecida quando a seca fustigava a natureza, pelas noites não contempladas da janela do coração, pela ajuda a quem implorou com olhos de dor...
Desconhecemos a autoria..
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