2 de fev. de 2013

OS 3 CAVALEIROS DA DISCÓRDIA


São eles: O Dedo-duro,
o Fofoqueiro
e o
Puxa-saco.


            Conhecê-los todos conhecem, entretanto, o importante é saber por que pessoas que muitas vezes são pais e mães, zelosos e carinhosos, pessoas que de certa forma tem uma conduta normal dentro da sociedade e não poderiam nunca ser classificadas como desonestas, algumas vezes se tornam pessoas vis e maldosas. Quem dentre nós não omitiu uma vilania, por menor que seja quando criança na escola?
Talvez muitos pais ou mães desavisados tenham reforçado estes comportamentos dando ouvidos a esses tipos de atitudes e muitas vezes valorizando comentários, ao invés de reprová-los.
-        “Não fui eu professor! Foi o... ” ou
-        “Mãe! Eu vi a vizinha com... ” ou
-        “Pai! Você é o máximo! É meu herói!”.

            O problema não são os dedo-duros, os fofoqueiros e os puxa-sacos, mas sim aqueles que dão ouvidos, ou ainda pior, os que fazem uso dessas fraquezas.  Pessoas que alimentam e se servem desses desvios, possuem problemas ainda maiores de caráter que esses pobres infelizes.
            Vamos em primeiro lugar, analisar o comportamento do chamado Dedo-duro: A quem chamamos de dedo-duro?
a)      Aquele que discordando de nós (grupo de pessoas) diz que não vai compactuar com nossa opinião ou atitude e irá relatar o sucedido?
b)      Aquele que se dizendo do nosso lado, no instante crítico passa para o outro lado e entrega todos?
            Existem diferenças fundamentais entre as duas situações. Na primeira, o indivíduo muitas vezes está no cumprimento de sua função. Ex.: Um técnico em segurança quer qualidade. Quando observa algo irregular ele informa e relata a irregularidade. (...)Podem existir aqueles que pertencem ao grupo dos fingidos em concordar com suas idéias, faz o triste papel de leva e trás. É o famoso “pombo correio”, quer ganhar prestígio e espaço achando que será reconhecido e valorizado pela sua subserviência e “fidelidade” canina. Não será! Pois quem utiliza os serviços desse tipo de pessoa, jamais confiará nela, sabendo que amanhã poderá estar suscito a mesma situação. Aliás, quem se utiliza desses serviços é tão incompetente quanto e, muito pior caráter do que o próprio.                Como lidar com o dedo-duro: Como gestor: Simplesmente não aceitar suas informações, não dar ouvidos. Quando for necessário, chamar os envolvidos na presença do dedo-duro e dizer: “Fiquei sabendo através de seu colega e tal..” . Não deixe dúvidas que você gestor não quer, não concorda e não aceita esta prática em sua equipe. Que os canais estão abertos para todos colocarem suas opiniões livremente. Garanta a liberdade de expressão. Os dedos-duros são comuns quando a comunicação entre o gestor e a equipe é ruim, onde existe medo de se falar o que se pensa, onde existem “igrejinhas e feudos”.
Como colega ou parceiro aconselhe seu colega que este não é o melhor caminho pois, fará com que perca a confiança e a estima de seus companheiros e isto será prejudicial para sua carreira.
            O fofoqueiro: é o primo pobre do dedo-duro, pois apesar de causar desarmonia e intriga, seus efeitos são em sua maioria superficiais. Porém, às vezes podem provocar graves distúrbios na vida das pessoas, dependendo do IMC do fofoqueiro (índice de maldade no coração). O Fofoqueiro geralmente é um invejoso, um frustrado que desejando estar no lugar de determinada pessoa e não tendo condições ou competência para tal, utiliza o recurso vil de inventar algo que desvalorize ou diminua o valor da pessoa e de seu trabalho.
            Comentários como: “Ele foi escolhido porque é peixinho do chefe! Se eu tivesse o que ela tem, também seria promovido.” São exemplos de fofocas maldosas. Existe o fofoqueiro terrorista que gosta de levar pânico aos colegas. Ex.: “Vocês sabem da última? A empresa vai reduzir 30% do quadro” ou, “Estamos sendo comprados e nossa área será dispensada.”. Esses comentários provocam desmotivação e desconfiança em toda empresa.
            Antigamente chamavam isso de “rádio peão”. E alguns gestores até valorizavam a rádio peão utilizando-a como transmissora de notícias que a empresa tinha interesse. Isto apenas provava que os canais de comunicação da empresa estavam com problemas e que seus gestores não tinham o hábito de conversar com seus colaboradores. Algumas empresas que não praticam a transparência são verdadeiros ninhos de fofoqueiros. Uma receita para acabar com fofoqueiros: Quando um fofoqueiro lhe abordar diga a ele que você irá chamar a pessoa envolvida para ele dizer diretamente a ela o que está comentando. Desta forma o fofoqueiro nunca mais irá procurá-lo para fazer fofoca. Moral da Estória: pior que o fofoqueiro é quem dá seguimento à fofoca.
            Gestores que dão ouvidos a fofocas não possuem uma boa relação com a sua equipe, não conquistaram a confiança de seu grupo. Os gestores devem dar exemplos de transparência e nunca aceitar que um colega faça fofoca do outro. Quando um colaborador vier com o papo: “Sabe Chefe, eu não queria falar mas me disseram...”. O gestor deve por um ponto final dizendo que é melhor falar na presença da pessoa.
            Não fala de, fale para.
            Grupos maduros e integrados falam abertamente todos os assuntos que prejudicam os trabalhos e as relações. Resolvem os assuntos sem mágoas, resistências e suscetibilidade. Recado: Não colabore com fofoqueiros!
            Terceiro Cavaleiro – Puxa-Saco. 
            Definição: É aquele individuo quem tem uma auto-estima tão baixa que acredita que só será visto e reconhecido sendo subserviente e submisso. O Puxa-Saco anula seu ego em detrimento do outro, nunca tem opinião própria e se tem jamais a expressa.
Está sempre atento ao que os outros (Chefes) dizem para apoiar e reforçar. No desejo de agradar abre mão dos seus escrúpulos e se submete algumas vezes a fazer um papel vil se omitindo ou sendo coniventes com ações e atitudes do seu superior, que são desonestas e condenáveis. Porém, atire a primeira pedra quem em alguns momentos já não fez o papel de Puxa-Saco. Ex.: “Ótima idéia Chefe! Isto resolve o problema.”.
            São atitudes de agrado e de estímulo sem grandes conseqüências, mas que mesmo assim não ajudam a ninguém. O ideal é sempre que possível dar um feedback adequado para que a pessoa possa evoluir. O elogio é necessário e importante, mas deve ser sempre sincero. Os Puxa-Sacos são os carrapatos do poder. O poder quando mal administrado gera medo e as pessoas tendem a dizer somente aquilo que é esperado e desejado. Os gestores autoritários são o habitat onde se instalam os Puxa-Sacos, você pode notar que quando um autoritário chega no poder ele anda sempre acompanhado por um bando que fazem o papel de “leão de chácara ou de claque”, aplaudindo toda e qualquer atitude do chefe, mesmo aquelas que são pouco recomendáveis.
            Um gestor consciente e competente gosta e incentiva a sua equipe a polemizar e expor suas idéias, mesmo aquelas que são totalmente contrárias a sua opinião. Um bom gestor não faz retaliação quando sua opinião é vencida, fica feliz ao observar o crescimento do seu grupo em qualquer nível. O perigoso da presença destes cavaleiros na empresa é que eles provocam conflitos, geram desavenças, promovem a desmotivação e o descrédito, acarretando problemas para a empresa em todas as instâncias e conseqüentemente prejuízo. Não somos pagos para exibicionismo e poder, desfilar vaidades ou incensar egos, mas para produzir crescimento e resultados positivos.
            Portanto, para reduzir a incidência desses personagens em sua empresa (acabar nunca acabará) não compactue, não se omita, não seja conivente e não alimente nenhum deles. Seja verdadeiro sempre, às vezes custa caro, mas sempre compensa.

Flávio Souzedo

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